Evento promovido gratuitamente pela Prefeitura lotou o Clube Centro Português 1º de Dezembro
Por Marcela Santos 30-05-2025 | 11:35:39
Foi num ambiente regado de amor, com buquês de margaridas, lírios e rosas, e transbordando alegria e emoção, que 50 casais disseram sim na noite de quinta-feira (30), no Clube Centro Português 1º de Dezembro. Com o ambiente lotado e ao som da marcha nupcial, eles participaram da 30ª edição do Casamento Coletivo promovido pela Prefeitura de Pelotas.
Os casais foram recebidos com coquetel especial, seguido de sessão de fotos oficiais, em espaço especialmente decorado. Passava das 19h30min quando as 50 noivas foram conduzidas pelos estudantes do Colégio Tiradentes, uma a uma, até seus noivos.
O prefeito Fernando Marroni não deu nenhum conselho. “Cada um de nós é um, é ímpar, mas, agora, nós temos que viver a dois. Eu só queria dizer para vocês que eu estou com a Miriam há 50 anos e nosso exemplo nessa caminhada é que as coisas, às vezes, são muito felizes, muito alegres, às vezes, muito difíceis. Às vezes, a gente tem perdas e dificuldades, mas o importante é que a gente reconheça o outro como a si mesmo e que o amor que nos uniu possa manter a nossa família para sempre. Sejam todos muito felizes”.
A vice-prefeita Daniela Brizolara lembrou que a presença dos 50 casais já significa uma escolha. “A partir de hoje, vocês vão trilhar uma nova caminhada juntos. É porque o amor falou mais alto. Então, eu desejo que, nessa caminhada, vocês possam estar sempre de mãos dadas, unidos, regando o amor que uniu e une vocês, para chegarem até esse momento e possam ser sempre muito felizes. Desejo muitos sonhos e que tenham a felicidade de ter escolhido um ao outro, e que essa escolha seja diária, independentemente de qualquer adversidade que possa aparecer”.
“Aproveitem esse momento de cerimônia e pensem nessa nova vida porque, ao casar, a gente constrói esperança, sonhos, novas perspectivas. É a renovação da vida. Vamos alimentar essa renovação, partilhar solidariedade e amizade, porque a relação, além do amor, tem essa trajetória da compreensão, da paciência, da parceria”, disse a secretária Geral de Governo, Miriam Marroni, uma das grandes incentivadores do evento, há mais de 20 anos.
Para a secretária de Assistência Social, Raquel Nebel, o casamento coletivo é muito mais do que um evento social. "É a garantia do acesso a direitos e a valorização da dignidade da pessoa e, principalmente, o fortalecimento de vínculos familiares". Desde 2000, com o apoio do Tribunal de Justiça (TJ-RS), via programa Ronda de Cidadania, mais de mil casais oficializaram a sua união.
A noiva Kerolin Corrêa, hoje com 22 anos, participou do baile de debutantes oferecido pela Prefeitura quando tinha 16. Ela conta que sempre sonhou com a festa de 15 anos e acabou sendo chamada no ano seguinte. “Foi emocionante, chorei bastante. Na época, eu não tinha amigas”, disse a noiva que ainda mantém contato com as outras debutantes. “A gente tem um grupo de WhatsApp e se fala até hoje”, comenta entre sorrisos. “Eu sempre tive o sonho de casar. Tinha desistido do sonho, e surgiu a oportunidade”, conta.
Quem também não desistiu do sonho do matrimônio foi o casal formado por Luiz Henrique Rodrigues e Luciana Cruz. O guarda municipal de 65 anos e a cuidadora de 52 alimentavam o momento vivenciado na noite de quarta-feira "há anos", segundo ambos. Um motivo ou outro sempre postergava a decisão. Não desta vez, quando o casal oficializou o estado civil nesta 30ª edição do casamento coletivo. Uma festa está nos planos - e até marcada, para 28 de junho no clube Planalto. "Estamos muito felizes", assegurou Rodrigues, com a concordância da parceira. "Estamos concretizando algo que queríamos muito", reforça ela.
Com 45 anos a menos que Rodrigues, o atendente e padeiro Rafael Strieder vivenciava a mesma emoção. No caso, com a noiva Raíssa Gerardi, 19. Ambos formavam um dos casais mais jovens desta edição do casamento coletivo. Nos planos, compartilhar a vida - juntos, o que já ocorre há um ano. Desta vez, no entanto, passarão a fazê-lo sob o mesmo teto - a principal mudança na vida de ambos, além do estado civil. "Agora é nós, só nós e Deus", disse, orgulhoso, o noivo.
O casamento coletivo reafirmou também uma tendência que se observa nas últimas edições, com a união de casais homoafetivos. Nesta quarta foram três, todos por mulheres. Um desses, formado por Liziane Ferreira, 37 anos, e Alessandra Matias, 35. "É um sonho que neste momento não havia condições financeiras para realizar como gostaríamos", justificou Liziane. "Graças a Deus, à Prefeitura e, principalmente, ao nosso amor, foi possível", completou. Juntas há quatro anos, planos não faltam para elas na vida a dois. Entre eles, ascender socialmente em direção a uma condição financeira mais segura, viagens e, sim, filhos. Pelo jeito, para breve. "Tanta criança precisando de amor e carinho, isso a gente tem muito para oferecer", assegura Alessandra.
A alegria da noite foi consolidada com a participação do Bloco do Mapa, que finalizou o evento. A cerimônia contou com a presença do representante da Câmara de Vereadores, vereador Paulo Coitinho, do coordenador do Projeto Ronda da Cidadania, juiz Marcelo Cabral, do presidente do Clube, Eduardo Carreira, familiares e amigos dos noivos.
O evento foi organizado pela Secretaria de Assistência Social e contou com a parceria da Escola Senac, Bloco do Mapa, Clube Centro Português, Eduarda Noivas, Ong Gesto, Pusa Especialista em Casamentos, Hugo Miori – voz e violão e Colégio Tiradentes.
Colaborou: Roberto Ribeiro