Por Divulgação 11-10-2001 | 00:00:00
Reunindo serviços de municípios da região que trabalham com saúde mental visando, principalmente, a integração dos portadores de transtornos psíquicos e sua família no contexto social, a 6ª edição do Encontro Regional de Serviços de Saúde Mental, realizado ontem(10), na sede campestre do Centro Português, contou com a participação de 850 pessoas, entre usuários, familiares, profissionais e dirigentes de ações públicas e privadas nesta área da saúde. O "Encontrão", realizado anualmente sempre no dia 10 de outubro, quando é comemorado o Dia Mundial de Saúde Mental, pela Secretaria Municipal de Saúde, ficou caracterizado este ano à nível mundial pela não exclusão, que tem sido a principal fonte de argumentação para políticas de ações sociais. "Cuidar sim. Excluir não". O encontro contou com a participação especial de quatro cidadãos pelotenses internos no Hospital São Pedro, que chegaram na terça-feira para participar da Conferência Regional e rever a cidade natal. A vinda do grupo é resultante das propostas da Luta Antimanicomial e dá seqüência a agenda iniciada no dia 6 de abril deste ano pelo prefeito Fernando Marroni que visitou os internos pelotenses em Porto Alegre. Em maio, 11 dos 27 moradores pelotenses do São Pedro, a maioria internada nas décadas de 50, 60 e 70, estiveram em Pelotas na busca de algum familiar para resgatar sua história e sua reintegração social. Durante o evento, que busca chamar a atenção da sociedade para o desenvolvimento do processo de reinclusão social das pessoas portadoras de transtornos mentais, foram expostas e comercializadas peças artesanais, de arte e da culinária produzidas pêlos usuários da Política em Saúde Mental de Pelotas da SMSBE. Pela manhã, os trabalhadores e usuários dos serviços de saúde mental de todos os municípios ligados a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde participarão de mateada, feira de artesanato, atividades de expressão, apresentações artísticas e almoço. À tarde aconteceu baile com o grupo vocal Terra Sul. LUTA ANTIMANICOMIAL No final do mês de março deste ano foi aprovada a Lei 3.657-D que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Pela lei, a pessoa portadora de transtorno mental deve ser tratada com humanidade e respeito, tendo como interesse exclusivo o benefício da sua saúde, visando alcançar a sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade. Pela nova legislação, os grandes hospitais psiquiátricos com pacientes permanentes devem desaparecer nos próximos anos, sendo substituídos por hospitais-dia, ambulatórios, oficinas e serviços provisórios. Estas práticas já existem no Rio Grande do Sul e estão regulamentadas desde 1992, sendo que 320 dos 467 municípios, incluindo Pelotas, já desenvolvem atividades alternativas ao confinamento hospitalar.