Prefeita destacou a evolução e os resultados do Pacto, que foi alvo de elogios pelo ex-vice-presidente da Colômbia
13-03-2024 | 21:19:23
A abertura oficial do Connex Pelotas, realizada na noite dessa quarta-feira (13), no Theatro Guarany, serviu como o grande momento de reconhecimento das políticas públicas de combate à violência implantadas no Rio Grande do Sul, entre os quais, o Pacto Pelotas pela Paz e o RS Seguro.
"Em 2017, quando assumi a Prefeitura de Pelotas e me lancei ao tema da segurança pública não imaginava a jornada que estava pela frente. Passamos por muitos momentos difíceis, enfrentamos resistências e desconfianças, mas aprendemos uma grande lição, a de que só venceremos a violência se entendermos que a violência se relaciona com todos os temas da cidade e que viver em paz é condição primordial para que possamos avançar em outros temas", afirmou.
A prefeita destacou a evolução do Pacto e os resultados gerais obtidos e saudou a realização do Connex como um momento dedicado a trocar experiências e pensar o futuro das políticas de prevenção à violência.
O governador Eduardo Leite fez uma reconstituição do trabalho do governo estadual para conter os índices alarmantes de criminalidade e construir uma política pública eficaz para reduzir a violência.
"A segurança pública é a primeira razão de ser do Estado, é a razão pela qual as pessoas abrem mão de parte de suas liberdade para viver em paz no território. E daí vem várias outras ações relacionadas ao Poder Público", ponderou.
A partir dessa reflexão, Eduardo destacou a evolução do trabalho implantado no RS e os resultados obtidos como a redução de 80% dos roubos de veículos e estabelecimentos comerciais; de 60% dos roubos a pedestres e de 45% das mortes violentas.
"O crime pode ser organizado, mas se houver alinhamento e integração do trabalho dos órgaos públicos somos insuperáveis", disse.
Após a abertura oficial o general e ex-vice-presidente da Colômbia, Óscar Naranjo, responsável pela coordenação do trabalho de combate aos cartéis do tráfico, apresentou o exemplo de seu país, que ao longo das últimas três décadas desenvolveu uma série de ações e políticas públicas para combater a violência do narcotráfico e das guerrilhas e, finalmente, pacificar o território.
Naranjo apresentou um panorama de como o país vivia sob a violência dos cartéis e as marcas deixadas na sociedade pela violência e um resumo das ações para a construção da paz.
"As Farc haviam se convertido em uma máquina do terror, que era intocável, mas depois de neutralizarmos o chefe da guerrilha demos início a mediação da paz através do diálogo, apesar das críticas", disse.
Naranjo defendeu, ainda, que o modelo de política de segurança e prevenção das violências adotado em Pelotas sirva de exemplo ao mundo. "Na América Latina a violência cresceu muito nos últimos anos, contribuimos com 36% dos homicídios do planeta e quando vocês conseguem reduzir isso com mediação, trabalho integrado, diálogo e políticas públicas, isso merece ser olhado com mais atenção pelo resto do mundo", disse.