O crescente número de encaminhamentos de menores às unidades da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Assistência Social (SMDHCAS), incluindo crianças de municípios vizinhos, está trazendo problemas de superlotação aos abrigos da Prefeitura de Pelotas. Atualmente, todas as unidade municipais do gênero estão cuidando de crianças em número superior à sua capacidade normal de atendimento.
  Segundo a secretária Márcia Almeida Rodrigues, o problema maior está nos recursos humanos, pois não há educadores sociais em número suficiente para atender à demanda. Ela cita a Casa do Carinho como a situação mais delicada. “Primeiramente, tivemos que mudar de endereço, pois o local anterior tinha espaço para 20 crianças e já estávamos com 40. Assim que alugamos um prédio maior, o número chegou a aproximadamente 57 menores, que permanecem até o momento”, observa.
  Lembrando que os educadores sociais têm que dar um atendimento de qualidade a cada criança, o que inclui banhos, troca de fraldas e alimentação, Márcia Rodrigues salienta que Casa do Carinho abriga crianças na faixa do zero aos seis anos. Para dar esse atendimento de qualidade ao atual número de menores, dos quais cuida a Casa do Carinho, necessita de mais cinco educadores sociais, segundo levantamento determinado pela secretária, justamente com o objetivo de atender à crescente demanda. Nos demais abrigos, a situação é a seguinte: Casa das Meninas, com capacidade para 30 crianças, abriga atualmente 40 e necessita de mais quatro educadores sociais. O Cici (Centro de Integração da Criança de do Idoso) vive idêntica situação, ou seja, mesma capacidade, mesmo número de excedentes e igualmente necessitando de mais quatro servidores dessa área.
  Márcia Rodrigues pondera que o encaminhamento de menores de outros municípios para os abrigos da SMDHCAS é determinado pela Promotoria ou pelo Juizado da Infância e Juventude, geralmente em casos de crianças vítimas de maus tratos. Ainda que a maioria dessas crianças venha de localidades mais próximas ou ainda dependentes de Pelotas, como Capão do Leão e Turuçu, a justiça tem enviado crianças de municípios um pouco mais distantes, como ocorreu recentemente: quatro menores de Pedro Osório foram encaminhados à Casa do Carinho.