As castrações pelo programa de controle populacional de cães e gatos do Município, em convênio com a ONG SOS Animais, foram retomadas na segunda-feira (1º) em Pelotas. Nesta quarta-feira (3), os tutores cadastrados junto à Ouvidoria da Prefeitura levaram seus animais no prédio localizado na rua Santos Dumont, 574, para a esterilização. Nesta etapa, pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social e que possuem registro no Cadastro Único, com inscrição em programas de transferência de renda, tiveram a oportunidade de inscrever seus cães e gatos para o procedimento.

Meg de sete anos e Preta de cinco anos aguardavam nas gaiolas, por volta das 9h, a vez de suas cirurgias. Ambas cadelas sem raça definida (SRD), estavam calmas, mas um pouco assustadas, conforme observou a tutora Letícia Ribeiro, que também contou que Preta foi resgatada das ruas. Elas foram liberadas às 14h. “As castrações são essenciais e vão ser muito importantes para todos os bichinhos”, afirmou Letícia. 

Preta (1ª foto) e Meg (2ª foto) enquanto aguardavam as cirurgias - Fotos: Michel Corvello

“Ficamos muito satisfeitos em ver a retomada das castrações em Pelotas, atendendo integralmente a população de baixa renda. O Município tem retomado os investimentos com recursos humanos e materiais na proteção e bem-estar animal, atento à crescente demanda da sociedade. Até o momento, é possível perceber que esse novo procedimento está dando certo, as pessoas cadastradas estão vindo e a população está se adequando bem à proposta. O programa de controle populacional de animais é muito importante e tem um olhar social, voltado a quem mais necessita”, destacou o titular da Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), Eduardo Schaefer. 

Por meio do programa, em convênio com a ONG SOS Animais, serão realizadas 350 esterilizações mensais durante o período de nove meses. Após esse prazo, serão oferecidos 300 procedimentos mensais, durante três meses, totalizando 4,5 mil castrações no final do contrato. Cada operação terá custo de R$ 130,00, com investimento de R$ 526,5 mil em 12 meses.

Como funciona o processo desde a chegada dos animais

A partir das 9h, cães e gatos - previamente cadastrados pelos tutores junto à Ouvidoria da Prefeitura - que chegam ao local vão diretamente a um cômodo com gaiolas, onde aguardam até serem levados à sala de castração e são identificados com o nome do tutor, de acordo com a explicação da veterinária Lorena Coll, responsável técnica da SOS Animais, instituição que realiza os procedimentos. Os responsáveis pelos animais são encaminhados à recepção para preencher uma ficha de autorização para realização da esterilização. 

Fotos: Michel Corvello

Os animais começam a ser liberados por volta das 14h e, após o procedimento, retornam ao local onde estavam antes, que também é o espaço de recuperação pós-cirúrgica, já acordados. As veterinárias - são três que atuam na ONG - entregam aos tutores uma receita com medicamentos e folhetos explicando como funciona o pós-operatório dos animais, período fundamental para recuperação, além de seus contatos, caso os tutores tenham alguma dúvida. Em dez dias, os cães e gatos retornam para retirada dos pontos. 

A cirurgia é simples e leva cerca de dez minutos, dependendo do animal. Eles recebem entre um a dois pontos, por se tratar de um procedimento moderno, sem abrir a barriga. Nas fêmeas, por exemplo, a esterilização, com a retirada dos ovários e útero, previne tumores de mama. A castração também é essencial para os machos. “O controle populacional de animal só é feito a partir das castrações. Para gente, é uma satisfação muito grande realizar esse trabalho”, frisou a veterinária. 

Como é realizado o cadastro e quem pode participar

O cadastro é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30min, na Ouvidoria da Prefeitura, localizada no Paço Municipal, na praça Coronel Pedro Osório, 101. A SOS Animais, responsável pelas castrações, entrará em contato via telefone com os tutores cadastrados, para agendar a cirurgia dos animais.

Os agendamentos para cirurgia serão por ordem de preferência, levando em conta o número de fêmeas e, em seguida, de animais que o tutor possui – com limite de até cinco por CPF registrado. A pasta também acompanhará a chamada dos responsáveis pelos cães e gatos, a partir das informações prestadas no sistema desenvolvido pela Companhia de Informática de Pelotas (Coinpel) para gerenciar os trabalhos.

Podem se cadastrar para usufruir do serviço os tutores de animais que se enquadram nas seguintes situações: 

- baixa renda, famílias com até 1/2 salário mínimo per capita; 

- situação de pobreza (renda per capita de R$ 105,01 até R $210,00) e pobreza extrema (renda per capita de até R$ 105,00). 

Em todos os casos, o tutor precisa estar registrado no Cadastro Único (CAD Único). No momento do cadastro, será necessário apresentar um documento de identidade com foto e cópia da Folha resumo, que poderá ser emitida em um serviço da Secretaria de Assistência Social - no Cadastro Único ou nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) -, pelo site (https://cadunico.dataprev.gov.br/#/home) ou, em último caso, diretamente na Ouvidoria. Esse documento apresenta o detalhamento da renda do usuário do CADÚnico, sendo obrigatório para confirmar as informações prestadas. 

A SQA alerta que não serão realizados cadastros por contato telefônico ou e-mail. O tutor deverá comparecer presencialmente na Ouvidoria Municipal, munido dos documentos indicados.

Uma lista de perguntas e respostas sobre o início das castrações e o cadastro de tutores está disponível aqui.