Com presença do prefeito Fernando Marroni, evento inaugurado na noite de sexta-feira (6) prossegue neste sábado com Grupos de Trabalho e, na parte da tarde, plenária
Por Roberto Ribeiro 07-06-2025 | 10:38:38
Após realização de 39 pré-conferências, em que participaram quase mil pessoas desde a zona rural à população carcerária do Presídio Regional de Pelotas (PRP), foi aberta na noite desta sexta-feira (6), no auditório da UCPel, a 17ª Conferência Municipal de Saúde. O evento tem continuidade neste sábado (7), com reuniões e discussões, pela manhã, em diferentes grupos de trabalho. À tarde, durante plenária, serão eleitas as deliberações que irão constituir o Plano Municipal de Saúde - conjunto de medidas que irá servir de base para implementação de políticas públicas no setor entre 2026 a 2029 em Pelotas.
A importância de ampliar o saneamento ambiental foi a tônica da fala do prefeito Fernando Marroni. Coube ao chefe do Executivo abrir a Conferência, ao lado da secretária de Saúde, Ângela Moreira Vitória, do presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Rafael Amaral (PP), e do presidente do Conselho Municipal de Saúde, César Lima.
Marroni lembrou que a história do município registra duas graves epidemias (de cólera e de tifo) - justamente por falta de tratamento adequado de água e esgoto cloacal. O prefeito reconheceu os bons índices de coleta de esgoto (que cobre 85% do município) e de tratamento de água (praticamente 100%), mas foi enfático quanto ao percentual de esgoto tratado, de apenas 40%. O restante é jogado, bruto, na natureza, contaminando mananciais, como o canal São Gonçalo, e comprometendo a balneabilidade das praias.
“Este é o grande desafio para a saúde, ampliar nossa capacidade de saneamento ambiental, para termos uma cidade que não ameace as pessoas”, disse o prefeito. O Executivo busca atualmente na Câmara Municipal autorização para captar recursos via empréstimo a fim de construir duas estações de tratamento de esgoto (ETEs Simões Lopes e Engenho). Em funcionamento, as duas estruturas, aprovadas no PAC Seleções, elevam o índice para mais de 90% até 2033, dentro do que recomenda o Marco Legal de Saneamento.
Marroni também propôs um outro olhar sobre o conceito de uma cidade saudável, cujo senso comum costuma apontar para um aparato robusto de hospitais, UBSs, atendimento médico, disponibilidade de exames e cirurgias. “Claro que tudo isso é importante, necessário e se trabalha para oferecer mais e melhores serviços de Saúde, mas uma cidade saudável é justamente aquela cuja população não precisa buscar atendimento por não estar exposta à contaminação e ter acesso a todas as medidas de prevenção a doenças”, afirmou.
A secretária falou em seguida. Ângela Moreira Vitória destacou o “lindo momento” que o município atravessa com a participação intensa da comunidade nas 39 pré-conferências, nas quais percebeu que a população pelotense demonstra interesse no tema, reconhece os problemas e sabe dos limites que o município enfrenta para prestar um melhor atendimento.
Médica por formação, Ângela também reforçou a necessidade da prevenção, reforçando a importância da vacinação contra doenças respiratórias, e, por fim, desejou uma boa Conferência a todos os participantes: “A população sabe que não se vai resolver todos os problemas da saúde pública de uma hora para a outra, por isso tenho muita esperança nesta Conferência para que consigamos construir as melhores propostas para o Plano Municipal de Saúde”, disse.
Após os discurso de abertura, foi formada uma mesa com participação do ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde, Fernando Pigatto, do coordenador do Conselho Municipal de Saúde de Arroio Grande, representante do segmento usuários do SUS, Marcelo Farias, e do médico sanitarista, professor do curso de Medicina da UCPel e ex-secretário de Saúde de São Lourenço do Sul por 12 anos, Arílson Cardoso.