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É conversando... discute Artur Bispo do Rosário

Por Divulgação 11-12-2001 | 00:00:00


   No dia (12) é a última edição deste ano do projeto É conversando que a gente se entende, da Secretaria de Cultura (Secult). O projeto, que deverá reiniciar em março de 2002, discutiu vários temas de interesse popular, sendo um deles o Carnaval, festa ícone da Pelotas do início do século passado.
    Nesta quarta-feira, encerrando o projeto em sua segunda fase, o tema a ser discutido será a obra do artista brasileiro Artur Bispo do Rosário. O artista, falecido há 10 anos no hospital psiquiátrico Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, é considerado por muitos teóricos e outros artistas um dos mais genuínos fazedores de arte do país. Sua obra abordou o sagrado, porém não com barro, nem com madeira, mas com panos, com fios das próprias vestes, com despojos do próprio uniforme de interno. Bispo do Rosário também utilizava restos do hospital (lixo) e sucata.
   Artur Bispo do Rosário, pode parecer, foi uma pessoa desprovida de oportunidades, pisoteada pela pobreza e pela miséria de espírito e de material. Na verdade não: de família rica, o já considerado genial foi marinheiro e lutador de boxe. Seu "desequilíbrio mental" foi declarado quando disse ter recebido uma mensagem de Deus. Tal qual uma Joana D´Arc, foi posto à margem da sociedade.
   Passando grande parte de sua vida numa solitária, Bispo do Rosário seguia as mensagens que dizia receber, "registrando sua passagem aqui na Terra". Meio século este homem passou "reconstruindo o universo" - segundo suas próprias palavras - interno em seu mundo e interno no hospício. Reverenciado em vários lugares do mundo, Bispo do Rosário em si acaba por suscitar questionamentos, dentre os quais vários levantados por representações de todo o Brasil, inclusive de Pelotas, na III Conferência Nacional de Saúde Mental (que está acontecendo em Brasília). Com o tema "Cuidar sim, excluir não", profissionais da área lutam pela reforma psiquiátrica. Artur Bispo do Rosário, uma discussão levada ao público pela Secult hoje, é também um exemplo de um modelo de "tratamento" que já está para ser apagado.
   A "conversadora" desta semana será a secretária de Cultura, Renata Requião, que irá falar de um "homem metódico, arquivista" e de sua obra, envolta em fios dos quais se livrava. O projeto É conversando que a gente se entende é gratuito e aberto à comunidade. Os certificados serão fornecidos aos que os solicitarem. Às 18h no foyer do Theatro Sete de Abril, o É conversando... é patrocinado pela Engelco.

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