O município vive a expectativa de avançar significativamente em direção à universalização do esgotamento sanitário. A autorização de acesso ao financiamento no valor de R$ 125 milhões, junto à Caixa Econômica Federal, para concretizar as obras das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) Engenho e Simões Lopes tramita na Câmara de Vereadores. Os projetos foram aprovados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

As duas unidades de tratamento aproximarão Pelotas de cumprir a meta de ter 90% por cento do esgoto coletado e tratado até dezembro de 2033, imposta pelo marco regulatório do saneamento. Os índices atuais são 85% para coleta e cerca de 40% para tratamento, número atingido no final de abril, com o início da operação na ETE Novo Mundo. A projeção é alcançar entre 80 e 85% do efluente tratado com a implantação das ETEs planejadas. 

Município tem a oportunidade de aproximar-se da meta de universalização do saneamento. Foto: Volmer Perez. 

De acordo com o prefeito Fernando Marroni, os benefícios de elevar a capacidade de tratamento de esgoto não se limitam a colocar Pelotas no caminho de cumprir a legislação. 

“Temos a oportunidade de um avanço histórico. Uma cidade que trata o seu esgoto oferece dignidade, saúde pública, desenvolvimento econômico e qualidade de vida à população, além de responsabilidade com o meio ambiente. Estamos na expectativa da liberação, por parte do Legislativo, do acesso aos recursos para concretizar essas duas obras tão aguardadas pelos moradores”, salientou. 

População beneficiada

A ETE Simões Lopes contempla as regiões do Fragata-Sul e Simões Lopes. Ambas as bacias correspondem a uma população estimada de 77 mil habitantes. A unidade terá capacidade de tratar 150 litros de esgoto por segundo. A ETE Engenho abrange o Areal, Centro, Dunas, Marinas, Parque do Obelisco, parte São Gonçalo e Vasco Pires, com benefício direto a aproximadamente 130 mil pessoas e vazão de 225 litros por segundo. 

Ambos os projetos incluem a implantação de redes coletoras e demais melhorias necessárias no sistema de esgotamento sanitário para atender os moradores. Os projetos estão diretamente vinculados à resolução de problemas como as valetas a céu aberto, explicou o diretor-presidente do Sanep, Ellemar Wojahn.

”A ampliação da infraestrutura em saneamento e o consequente aumento da cobertura de coleta e tratamento de esgoto proporcionará uma nova realidade para o município. A população dos bairros deixará de conviver com o esgoto a céu aberto, um grave problema enfrentado hoje e que estamos próximos de solucionar”, destacou.

Os valores de financiamento das ETEs Simões Lopes e Engenho são de R$ 55 milhões e R$ 70 milhões, respectivamente. É prevista contrapartida municipal de R$ 13,2 milhões para execução das duas unidades.