Evento reúne governos, pesquisadores, profissionais vinculados à assistência, usuários dos serviços e todas as pessoas interessadas no assunto
Por Alessandra Meirelles – MTb/RS 10052 03-07-2025 | 14:47:12
Começou nessa quarta-feira (2), no auditório externo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), e segue até o fim da tarde desta quinta-feira (3), a 16ª Conferência Municipal de Assistência Social, em que estão sendo discutidas políticas públicas e os serviços prestados no município, além de preparar os representantes locais para as etapas estadual e nacional. O foco das conferências, em 2025, é a proteção social e a resistência. O evento é organizado pelo Conselho de Assistência Social (CMas), em parceria com a Secretaria de Assistência Social (SAS).
Durante a abertura, a secretária de Governo (SMG), Míriam Marroni, afirmou que nos últimos seis meses percebeu o retrocesso sofrido nas questões sociais, o empobrecimento das famílias nos últimos anos, a evasão escolar até no ensino fundamental, a inclusão em serviços e programas sociais de famílias que antes não precisavam, e a volta do país ao mapa da fome. Míriam afirmou que o município está empenhado em reverter a situação, “nós temos equipe, vontade, compromisso e sabemos como fazer”, garantiu.
A Conferência é realizada no ano em que são comemorados os 20 anos do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e reúne governos, pesquisadores, estudantes, profissionais vinculados à assistência, usuários dos serviços e todas as pessoas interessadas no assunto.
A secretária de Assistência Social (SAS), Raquel Nebel, classifica a Conferência como a instância máxima de avaliação da política de assistência social, “um espaço fundamental para refletirmos sobre o que já foi construído e sobre como podemos avançar, fortalecendo o Suas como política pública de direito, e não de benesse”. Para ela, esse é o momento de reafirmar o compromisso do poder público com o controle social, que é a fiscalização e monitoramento das ações governamentais pela sociedade, e a superação das práticas assistencialistas, com a promoção da autonomia e emancipação das pessoas. “Seis meses de gestão ainda é pouco tempo para colher frutos, mas temos plena consciência de que estamos no caminho certo: reconstruindo, resistindo e fortalecendo a proteção social no município” concluiu a secretária.
Representante dos usuários da política de Assistência Social, Diego Schneider, conta que tem um filho de 22 anos e uma filha de 15, e que quando eles eram crianças, contava com o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) no contraturno escolar, e que saber que os filhos estariam alimentados e bem cuidados, possibilitou que ele e a mulher voltassem a estudar. Hoje ele é servidor municipal, agente de trânsito, e graduado em gestão ambiental. Sobre a filha, ele diz sentir orgulho pelo olhar humano que ela tem com outras pessoas, por não se conformar com tratamentos discriminatórios, por defender quem ela percebe que não consegue fazer isso sozinho, e garante que uma importante parte disso ela aprendeu no serviço da assistência social.
A conferência segue até as 18h.