Com o aumento, no mês passado, de 5,5 % da Ração Essencial, carrinho mensal de compras formado por 13 gêneros alimentícios essenciais à subsistência, o consumidor precisará economizar mais na hora do rancho. A dica é do Procon de Pelotas, ligado à Procuradoria Geral do Município, cujas ações abrangem informes educativos e de utilidade pública. Para driblar as táticas de vendas das redes supermercadistas, é necessário, em primeiro lugar, deslocar-se diretamente ao fundo da loja, onde costumam estar expostos os produtos de primeira necessidade. O cuidado é importante porque, logo na entrada dos estabelecimentos, o consumidor encontra mercadorias como roupas, utilidades domésticas, sorvetes, iogurtes, CDs e eletroeletrônicos. “Como o carrinho está vazio, o impulso de levá-los para casa deve ser controlado. Guarde o ímpeto para o último corredor, no qual habitualmente se encontram o feijão, o arroz, o pão e a carne”, recomenda a chefe do Serviço de Educação ao Consumidor de Pelotas, Nóris Fonseca Finger. As bancas temáticas da Páscoa, festas juninas, Dia das Mães, dos Pais e das Crianças e Natal também podem ser evitadas, já que geram demandas não programadas de consumo. “Não é por acaso que estes artigos são cuidadosamente colocados nos diversos pontos para chamar a atenção”, analisa Nóris. Algumas empresas têm a estratégia de exibir os itens de menor preço nas prateleiras mais altas ou mais baixas, deixando no centro delas os ofertados a valores mais elevados. O truque é simples: ficam, na altura dos olhos, os produtos que geram mais lucratividade. A sugestão do Procon é perder um pouco mais de tempo na pesquisa em toda a gôndola. O comprador tem, ainda, de prestar atenção aos valores divulgados nas cabeceiras dos corredores, bem na frente dos caixas de pagamentos. Longe das concorrentes, algumas marcas ficam à venda a cifras veiculadas como “promocionais”. Uma precaução sugerida, a verificação de todos os valores cobrados poderá certificar e garantir a aquisição do menor preço entre todos os ofertados. Sem a precaução, torna-se difícil saber se ela realmente é a mais barata de sua categoria. “Tente não se deixar seduzir por revistas, doces, balas, chicletes e salgadinhos expostos no entorno dos caixas, local em que se permanece por vários minutos, em longas filas, à espera do atendimento”, aconselha a chefe do departamento. Todas essas práticas do varejo, explica Nóris, não se configuram infrações, mas formas de persuasão e indução ao consumo, cabendo a cada indivíduo a consciência das “armadilhas” legais de comercialização. DICAS PARA COMPRAR SÓ O ESSENCIAL · Considere as promoções dos folhetos e catálogos de todos os supermercados próximos de casa. · Faça a tradicional lista de compras somente com o que realmente falta na despensa. · Não compre às pressas. Destine um tempo da semana ou do mês para pesquisar os melhores preços. · À medida do possível, não leve seus filhos para fazer o rancho da semana, da quinzena ou do mês. As crianças exigem produtos desnecessários e não programados no orçamento da família. · Vá menos vezes ao mês ao estabelecimento. Compras de primeira necessidade, em volume, diminuem as probabilidades de aquisições por impulso. · Lance mão da calculadora, evitando extrapolar o fôlego financeiro. · No supermercado de preferência, procure saber os dias de promoção efetiva de hortifrutigranjeiros e outros gêneros a fim de planejar a data das compras semanais e mensais.