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Secretaria debate a mudança da imagem social dos abrigados

Por Divulgação 12-01-2002 | 00:00:00

   A intensificação das ações junto às Unidades de Proteção e a análise dos conteúdos programáticos foram matérias de debate na reunião de ontem (11) entre a secretária substituta, Eliana Colpo e a equipe técnica da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Assistência Social (SMDHCAS). A forma pela qual a sociedade vê os abrigados, em especial as crianças, foi um dos assuntos destacados.
   As três principais Unidades de Proteção da secretaria destinadas à abrigagem são a Casa do Carinho (crianças de zero a 7 anos), a Casa das Meninas (meninas de 7 a 18 anos) e Cici (Centro de integração da Criança e do Idoso). Há ainda a Casa de Passagem, que funciona junto ao Cici. O número de abrigados é de aproximadamente 120.
   vTanto Eliana Colpo quanto os técnicos da secretaria vêem necessidade da montagem de estratégias destinadas "a fornecer à população uma visão real dos abrigados", sem discriminações ou qualquer tipo de rótulo. "A sociedade vê as crianças e adolescentes abrigados como excluídos, quando é justamente o oposto: os abrigos têm a característica de inclusão e inserção social", argumenta Eliana, lembrando que a Constituição de 88 modificou essa visão tradicional de abrigo.
   Os técnicos apontam algumas iniciativas destinadas a modificar esse quadro. A pedagoga Clarice Bauer pondera que a expressão "inserção social" engloba praticamente todos os aspectos relacionados aos abrigos. Ela sustenta que estes, "apesar de seu caráter temporário devem ser um ambiente o mais próximo possível de um lar". A coordenadora do Cici, Lúcia Helena Torma, recorda que as crianças e adolescentes são encaminhados por via judiciária às Unidades de Proteção: Juizado, Promotoria ou Conselho Tutelar. "É a própria sociedade que, utilizando seus instrumentos legais encaminha esses menores à proteção do município e, na situação de protegidos, eles não são marginais como muitos pensam", argumenta ela. Já o psicólogo Luís Roberto Rocha, ao referir-se ao equívoco em pensar que os abrigados são marginais, defende a "desconstrução dessa identidade, que já está estigmatizada e a construção de outra, com base na inclusão".

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