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Prefeitura sedia curso sobre urgência climática

Capacitação do Ministério das Cidades reúne secretarias e academia na Seurb, e ocorre simultaneamente em Rio Grande e em São Lourenço do Sul

Por Roberto Ribeiro 30-04-2025 | 16:56:28

A Prefeitura sediou na manhã desta quarta-feira (30) a terceira aula do curso Urgência climática - implementando soluções em territórios urbanos vulneráveis - iniciativa do Ministério das Cidades no âmbito do Programa Nacional de Capacitação das Cidades (Capacidades). Representantes de secretarias municipais e de instituições de ensino, pesquisa e extensão participaram do evento que está sendo realizado em apenas 12 municípios do Brasil. Nos três estados do Sul do País, Pelotas, em consórcio com Rio Grande e São Lourenço do Sul, foi a única que teve a proposta aprovada pelo governo federal para receber a capacitação. Simultaneamente, a aula online no auditório da Secretaria de Urbanismo (Seurb) foi assistida por técnicos de secretarias e representantes da academia nos outros dois municípios - os quais sofreram fortemente com a inundação da Lagoa dos Patos ano passado no maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul. 

Grupo acompanha aula online sobre urgência climática oferecia pelo Ministério das Cidades diante dos impactos que prometem ser ainda mais fortes em razão das mudanças climáticas (Fotos: Divulgação/Seurb)

A adaptação dos municípios frente às mudanças climáticas no contexto das zonas ribeirinhas foi um dos conteúdos abordados na aula desta quarta-feira. Ligada à pesca artesanal, a chefe de gabinete da Seurb, Fabiane Fonseca, lembra que as comunidades tradicionais pesqueiras precisam viver “na beira d’água”, de modo que remoção não é solução - o que demanda aos municípios pensar estratégias que promovam proteção ambiental com justiça social. “A remoção acabaria com essas comunidades, que somente em Pelotas, Rio Grande e São Lourenço do Sul chegam a pelo menos 22”, afirma.

Para o diretor executivo da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária, Cassius Baumgarten, o curso acerta ao abordar a lógica da produção da cidade, do estado e do mercado, e também da necessidade, como os núcleos urbanos informais que toda cidade sofre por parte da população que não tem acesso à moradia. “Nos mostra a importância de começar a planejar com esse viés dos eventos climáticos”, afirma ele, que é arquiteto por formação. A professora do curso de Meteorologia da UFPel, Débora Souza Simões, acredita que a capacitação proposta pelo Ministério das Cidades é também resistência ao negacionismo: “É preciso valorizar a ciência diante de um problema que não está posto, estamos olhando para um futuro que vai se agravar em termos de impacto climático em todas as esferas, na economia, na sociedade, no meio ambiente.”

O curso, em formato online, começou semana passada, e tem dois meses de duração. Envolve duas aulas semanais das 9h às 12h, numa parceria do Ministério das Cidades com o Lincoln Institute of Land Policy e apoio do World Resources Institute (WRI Brasil). Além de representantes das secretarias dos três municípios, participam professores e técnicos da UFPel, Furg, IFSul-sul-riograndense e IFRS.

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Capacitação, Ministério das Cidades, Capacidades, Programa

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