Por Divulgação 27-05-2010 | 00:00:00
Com a lotação do Bistrô da Secult completamente esgotada, mais de uma dezena de espectadores não viram nenhum inconveniente em assistir o espetáculo em pé, pois a qualidade da apresentação e o talento dos atores da Cia Pelotense de Repertório ficaram acima de qualquer sentimento de desconforto. E foi nesse clima que a comédia “Esperando o Metro”, contagiou os espectadores, arrancou sonoras gargalhadas do público e promoveu uma verdadeira interação entre atores e a assistência.
O primeiro espetáculo do ano do Cena Literária comprovou mais uma vez que o Projeto veio prá ficar e que o sucesso depende, unicamente de talento e não de espaço físico para ser demonstrado. Assim, o Bistrô da Secretaria de Cultura passou a ser a nova casa do Cena Literária, que além desta, contemplará outros espaços para apresentações, descentralizando os espetáculos.
“O Projeto Cena Literária se constitui em um ótimo espaço para que possamos mostrar a produção local, o que as companhias teatrais, os grupos, profissionais ou não, estão realizando. Este projeto proporciona uma troca mágica, uma interação entre platéia e atores, de forma de direta”, explica a atriz e escritora Joice Lima que atuou acompanhada por Alê Ayres.
Amanhã (29) acontece a primeira edição descentralizada do Projeto, que terá por local as dependências da Escola Estadual Dr. Franklin Olivé Leite, localizada à Rua Ernani Osmar Blaas s/n, na Cohab Lindóia. A apresentação tem início às 10h30 e traz todo o talento e tradição do mais antigo grupo de teatro de Pelotas: o TEP, patrimônio cultural pelotense, apresentando o esquete denominado “A terceira margem do rio”.
O Teatro Escola de Pelotas fez sua estréia no cenário artístico em 1914, á época denominado Grupo Cênico da União Pelotense. A denominação Teatro Escola de Pelotas (TEP) só veio em 1946, inaugurando uma nova fase da existência do grupo. “A terceira margem do rio”, da obra Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, é narrado em primeira pessoa e é o famoso e o mais aberto conto do autor. Desde o título, o espectador já depara com o insólito da obra rosiana: o que vem a ser a terceira margem do rio? A terceira margem é aquilo que não se vê, que não se toca, que não se conhece. Todos esses recursos permitem o acesso ao mundo do “encantatório”, ao mundo do desconhecido, da terceira margem, que só poderia ser recriado por uma linguagem também recriada e nova, capaz de refletir todo o deslumbramento desse universo.