Por Divulgação 16-11-2010 | 00:00:00
Criada em 2007 e com sete trabalhos desenvolvidos ao longo destes quatro anos - e outros dois com previsão de estreia em dezembro -, a Companhia Pelotense de Repertório, apresentará duas montagens no 4º Encontro de Teatro de Pelotas, promovido pela Secretaria de Cultura (Secult), por intermédio do Theatro Sete de Abril: na quinta-feira, às 21h, Perdoa-me por me traíres, de Nelson Rodrigues, e na sexta-feira, às 20h, Constância e Hortência, texto de Joice Lima, dirigido por Ana Alice Muller. As duas serão encenadas no pátio da Secult – Praça Coronel Pedro Osório, 2, com entrada pela Lobo da Costa. A entrada é franca. A peça que será representada na primeira noite do evento é uma versão reduzida da tragédia de costumes, de três atos, de Nelson Rodrigues. O trabalho foi desenvolvido na disciplina de Encenação Teatral I, do curso de Teatro da UFPel, no semestre passado, dirigido por quatro acadêmicas: Ana Alice Muller (que na peça interpreta Nieta), Neusa Kuhn (irmã de Nieta), Joice Lima (Judite) e Roberta Alves. O elenco conta ainda com a participação especial dos atores Laerte Pedroso (Raul), Cibele Fernandes (Glorinha) e Douglas Passos (Gilberto). “Nosso trabalho teve por ponto de partida a estética do encenador britânico Peter Brook, de modo que nosso foco esteve, todo o tempo, na simplicidade e na essência do texto. Cortamos texto e personagens, eliminamos tudo o que poderia ser eliminado sem prejudicar o entendimento da obra... Ficamos satisfeitas com o resultado: desejo, ciúme, obsessão, incesto, traição, assassinato... A essência da peça de Nelson Rodrigues está toda ali, mas sem distrações ou repetições desnecessárias”, explicou Joice. No espetáculo da noite de sexta-feira foi trabalhada a linguagem simbolista. “Como o texto trata de um conflito psicológico, entendemos que pedia um tratamento diferenciado, não-realista”, comentou a diretora, Ana Alice Muller. Sem cenário, tendo apenas peças de elástico, luz e som como elementos cênicos, o grupo optou por investir na expressão corporal, com ajuda da coreógrafa Cátia Carvalho. “Contância e Hortência fala da dor da perda e da eterna contradição humana, do sentimento de culpa, da autopunição e da dificuldade que temos, muitas vezes, em perdoar a nós mesmos”, acrescenta Maureen Mantovani, que interpreta Constância. Os dois trabalhos são musicados ao vivo, com trilha sonora original, ao som de guitarra, pelo músico paulista, João Mantovani, marido de Maureen - ambos integrantes da Companhia desde o primeiro ano de sua criação. “O João entende o clima da peça e sai criando a trilha... É impressionante. Sabemos que podemos confiar, que ele só vai acrescentar ao nosso trabalho e o resultado é fantástico”, disse Ana Alice, que no início de dezembro estará também no elenco de Gilda, mais uma comédia escrita e dirigida por Joice. Na mesma semana, a Companhia Pelotense de Repertório estreia também “A Vida íntima de papai e mamãe”, texto e direção de Celio Soares Junior, com Joice e Laerte em um esquete divertidíssimo, com linguagem surrealista.